UMA SIMBIOSE POÉTICA, DA METALINGUAGEM À METAMORFOSE
À luz das cores do poeta,
Vamos beber poesias, sonhar denotações,
E viver...
Pairar nos passeios memoráveis ao ignoto mundo misterioso dos literatas,
Navegar na construção perfeita dos versos,
Mergulhar na essência do vocábulo impreciso,
Adormecer no tálamo macio das letras,
Construir em cada espetáculo literal,
Uma nova ode,
Que nos permita compreender a magia do sonho neófito apesar de antagônico,
Cravado por uma dose de sacrifício sentimental,
Na batalha por desvendar:
Ideia, utopia e dilema.
Do poeta, da poesia, do poema.
À luz das cores do poeta,
Vamos comer composições, prever inspirações,
E viver...
Boiar nas Madrugadas das fantasias poéticas,
Exaltar os anjos que habitam o universo solitário da catarse na criação,
Engolir a gramática, produzir rabiscos embebidos em sentimentos vãos.
Escritos pelo silêncio imperioso das rimas raras,
Juntar os cacos das criações quebradas em acervos incomuns,
Invadir a biblioteca vernácula recheada de colóquios demolidos,
E transformada em rascunhos frustrados,
Afastando os espectros mórbidos que residem na redoma efêmera,
Do anfiteatro da retina já sonolenta,
Na luta por desvendar,
Cautela, conceito, emoção,
Da loucura, do desejo, da razão.
À luz das cores do poeta,
Vamos tragar emoções, exilar conspirações,
E viver...
Afundar no universo hipotético, embalsamado pelo barro cristalizado, junto às tempestades Que restaram da ultima gota de inspiração.
Violar as incompreensões poéticas,
E fazer brotar d’alma encharcada de oscilações,
Um artista alucinado pela inventividade de outras cores, de outras vidas, de outros sons,
Que se permita flutuar no fogo gélido da neve quente,
Para aquecer toda friagem que emana do calor frígido do olhar dos poemas,
E das expressões que permanecem em branco,
Impulsionando uma simbiose, sem as cascas da capa crua,
Que cobre o rio caudaloso da vida, com o vapor tenebroso da indiferença.
E vamos viver...
À luz das cores do poeta.