Que tanto conversam, Serra e Lua?
Pianinho, pianinho vai descambando bela noite serrana
As duas..., as damas, se moldam e sobressaem
Têm muito haver e o que conversar, uma com a outra...
Pois sobejam em si, encantos e sobram, extravasando belezas
Uma, complementando em graça, a outra!
Confidenciam, ao pé do ouvido, coisas...
Se uma, lamenta com o desabar incipiente do sereno
Como fosse aos prantos orvalhados, por seus vastos clarões
A outra geme sem som, quando de lado e não ascende ao céu
Ou nele está sozinha, imersa e embrenhada ao breu total
Aí juntas, choram pela chuva reticente e fria, mesma dor!
Mas ainda se faz por demais, admirável e suntuosa
A Lady Cordilheira, dos fartos seios, altiva e majestosa
Senhora verde, terna e de esfuziante esplendor
Já Cíntia, a outra, sempre cheia de mel, tons, nuances e cor
Se espraia e incide prata rosada, sobre todos os amores
Às vezes, é tanto amor que até o mar se acende de paz e paixão!
Diz ter sono e que já vai, pois precisa muito dormir, a Portentosa
Completamente coberta, com sua camisola de rendas escuras
Que lhe cobre e essa manta, vai do alto até seus pés ramificados
Agora, desejando à outra, a Cíntia, seu poético e sublime, boa noite
Logo, ao reparar que bem ao alto, uma estrela vadia vem zanzando
E já está se aproximando, para fazer-lhe companhia!
Assim se deu um papo transcendental, mais que especial
Entre duas, das muitas incomparáveis, Obras Santas de Deus
Assim, tagarelaram e tagarelam por séculos e séculos...
Fazendo desfilar seus encantos romanescos, dotes, versos e poesias
Uma, a rainha 'Serra', repleta de cantos, ...de curvas, e de vidas
A outra, 'Cíntia', a Lua, cheinha de graça, ostentação, luz e magias!
"Quem de baixo, às veem tão pertinho uma da outra sem nada compreender, perguntam:
Mas, o que tanto confabulam lá no alto, a Serra e a Lua"?