MAIS UM POETA...

Que o mundo me perdoe por eu ter nascido poeta!

Por eu ter nascido com essa ‘necessária maldição’ dos séc’los

Que é esse dom de amar!

Por ver esse mundo com os olhos de quem sonha acordado...!

Por escrever em linhas tortas e só falar em versos

E como se estes fossem declamados ou 'aclamados'!

Que me perdoe esse mundo real e 'cinza'

Por eu também gostar de versos brancos e de tantas outras cores,

E por fazer de um arco-íris, tobogã, onde pode haver duendes,

Seu ouro de Midas, Oxumaré e um ogã!

Nasci poeta nesse mundo cruel, onde se mata e se morre,

Mas posso ser ‘imortal’!

Posso atravessar o tempo, voltar nele ou nele me perder junto com meus pensamentos!

Posso ser aclamado, mal compreendido, preso como o sabiá,

Exilado com as aves de lá...!

Mas em poesia eu posso ser livre pelo menos em meu cantar!

Queria que todos nascessem poetas e vivessem de amor

E ‘na flauta de Pã'!

Nasci poeta e este mesmo mundo também quis assim!

Quis que eu me rebelasse contra as regras gramaticais,

Contra o mau uso dos sentimentos, desperdiçados, sendo empregados

E voltados contra a paz, que eu fosse contra a cultura, e sempre leal aos meus ideais!

Que eu zombasse da Lei, desprezasse a norma, mas que acima de tudo

Amasse sem que 'amassasse' as saias de normalistas!

O mundo tem que entender que poesia não é pra entender, é pra se sentir

E se confundir mesmo!

Nasci poeta e a ‘isso’ fui consagrado ou ‘reduzido’ por um anjo torto, após um toque de Midas

E de um esbarrinho no braço dado pelo saiote ‘grunge-indiano’ de uma ‘antiga jovem’ professora de português...

Nasci poeta, e daí...?!

Mais um poeta num mundo que precisa de mais poesia...!

Tenho nas veias o sangue do mais vagabundo dos menestréis provençais,

A mentalidade de Quixote, a sensibilidade da princesa e o fogo do dragão nas ventas!

Nasci do cruzamento de um anjo torto com uma fada safada e sem dente!

Nasci poeta e também quero ser feliz como toda essa gente!

*MAIS DE MIM EM:

https://gustavoreymond.blogspot.com/