DIDATICA DE POESIA - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros .
DIDÁTICA DE POESIA - Luiz Poeta – Luiz Gilberto de Barros
Não sou escravo dos teóricos, escrevo,
dando vazão a qualquer tema que me inspira;
posso falar sobre o amor, a dor, a ira
e, raramente, em imitar alguém, me atrevo.
Quando menino, mesmo já sendo poeta,
modificava o conteúdo de um poema,
drummondeando, numa antítese, o tema
e divertindo-me com a forma predileta.
Assim, traçava o mapa da fotografia,
sem preocupar-me com o que os versos me falavam,
criando opostas intenções que propagavam
minha proposta salutar de poesia.
Essa didática que hoje sempre ensino,
de copiar a estrutura arquitetada,
tem como fim, usar a folha desenhada
e colori-la, ao bel prazer de um pequenino.
Assim, aos poucos, quando menos se espera,
com "personal" dignidade literária,
esse artista que tem dons, sem faixa etária,
se reconstrói e de repente nem se esmera.
Como um poeta é criança eternamente,
o que ele sente, mesmo velho, é voo… e o leva
a paraísos, onde a alma é tão longeva,
que se eterniza em fantasisas… levemente.
Quem me enleva, dá-me um rumo tão perfeito,
tão sem defeito, expressivo e tão feliz,
que ao me sentir, do seu amor, mais aprendiz,
o que ele diz se instala dentro do meu peito.
Não sou escravo…nunca o fui… de ideías vãs;
os meus afãs têm a idade do meu sonho
e, se ao amar, ao menos sei onde é que ponho
o que vier recolorir minhas manhãs.
Tenho a paleta, o pincel, a tela, a cor,
mas meu amor não se impressiona com a moldura,
porque ele sabe que repousa na ternura
da criação, a sedução do meu amor.
Para sonhar, uso o que há dentro de mim;
sou arlequim, bufão sem rei e sem reinado
…ou um palhaço cujo riso é maquiado
como o bordado decorado num cetim.
Minha didática é simples: quando crio,
sou como um rio caminhando para o mar,
tenho uma lágrima que acende o meu olhar
e faz brotar meu melhor riso… do vazio.
…
Às 16h e 17min do dia 25 de agosto de 2021 do Rio de Janeiro – Brasil – Base Aérea dos Afonsos – Marechal Hermes