LIMITE INTERNALIZADO LITERÁRIO
Estava frio
em demasia
para que eu
pudesse escrever,
tanto quanto,
costumo gostar
de transpor-me
em palavras breves,
tão breves quanto
essa brincadeira
chamada
VIDA.
Pobres dedos,
não conseguiram
resistir
aos frenéticos
impulsos cerebrais
tão inquietos
irrestritos
ao que chamamos
imensamente
de dor.
Foi direto
ao papel,
rumo destemido
à fúria intempestiva,
avulsa
ao cosmos
imersivo
na pequena
dose
de coragem.
Era destino
voraz
decerto amparado
pelas luzes
transcendentais
do pensamento
a vaguear
pelas trincheiras
marcações cerebrais
dos olhos.
Olha-se o mundo
enxergando
o que nem mesmo
nossos olhos
conseguiram
compenetrar ao
gosto fantasiado
das lamúrias internalizadas
chamadas copiosamente
de desejos.
E a dor, então,
tende a permanecer,
pois não se dissipa
nem por milésimos
de segundos,
o fantasmagórico
vestígio doentio
impregnado nos pulsos
por sustentarem
tamanhas necessidades
de escrever.
É vício
despudorado
que esquenta
o corpo,
enquanto ferve
os miolos cansados
e, por conseguinte,
restaura a vontade
ilícita de disseminar
meus pensamentos.
O que é?
Custo a saber.
SEGREDO.