Vou contar um segredo
Vou contar um segredo:
quando me ponho a poetar
não sei aonde vou chegar,
mas isso não me causa medo,
pois sei que em cada verso
haverá revelações
guardadas com meus botões
com quem às vezes converso;
e são tantas confidências,
chego a ficar até marrom,
sem nunca perder o tom,
disseco minhas carências,
penetro no labirinto
e no caldo dos neurônios,
interpreto meus sonhos
e de leve eu pressinto
não me conhecer direito;
passados tantos invernos
mantenho duelos internos,
inda carrego muitos defeitos,
sempre com olhar no além,
sabedor de minha condição
de visitante em transição
na busca constante do bem.
©Bispoeta