Arca in relva
Onde eu sigo é pura nevoa, inda in relva
vou adentro
e sem trégua me desfaleço por perder
por tentar entender eu faço a régua
crio os barcos de uma légua que nesse rio vou descer
e subir
e jorrar
e cair
na estrada na alvorada e até na madrugada
o sol breve queima a pele nessa dança curta febre a preta é quem mais se fere
fere o corpo fere a alma fere a vida e tira a calma suga o sange e suga a alma
não só deserto é ao certo a vida ou a morte, cada escada é uma saída
mesmo assim uns tão sem vida vivem pra morrer e matar
outros que só morrem querem ajudar
a criar um barco bem forte tal a sorte da esperança faz o tempo e faz criança
uma arca pra salvar
onde chove ainda é nevoa
onde ando ainda é nevoa
onde nevoa ? na essência, sem frequência fluência ou presença.
que a vida e morte é setença
onda as nevoas são águas pro fundo
onde é denso ou ralo pouco ou tudo
a soma de toda dor do mundo
das que a gente guarda bem no fundo e anda por cima com o bom gosto dos pássaros velhos
surfando pelo ar navegando a terra batendo tabor e tocando sino
como um jovem que só liga pro estilo
a porra da atenção, o apreço é fora do normal
mesmo que apodreça, é só olhar de perto
deixa virar matéria, parado, estetico e vitral
onde o medo afasta o mal e alimenta a vontade de seguir com a verdade
onde quer que se esconda pelas águas pelas ondas
sendo luz e sendo sombra
fazendo nevoa e nos matando, afogados e insanos vamos indo vamos
para arca
para o barco
da sua família e amizade, união e fraternidade
é sua casa e seu templo sua felicidade e seu momento, sua gloria na estrada
onde sigo é muita selva muito bom inda que nevoa
arca in relva -SNK-