A prisão
O poeta encolhe os ombros e se afasta, graciosamente triste, do verso feito e arranjado, pois há que se fazer o estuque d`outros versos - onde as margaridas tão tarde ainda cantam, como cartas à sua espera.
E a inspiração é um verso curvando e há que se fazer de novo o reboco do teto e das paredes - sempre!
Quão graciosos vão às tintas as orações, os verbos, as arengas! e os espíritos, não menos belos, olhando uma lua de estopa brilhando num poema tão curto feito à grama!;
e o poeta encolhe os ombros e se afasta: "Há que se fazer o estuque d`outros versos...".