Minha poesia
Minha poesia é como um soco na boca
Para arrancar um dente dolorido.
Ou, como se batesse a cabeça na parede,
Para aliviar uma enxaqueca.
Um torniquete para os sentimentos,
Para não ser tomado de todo.
Um procedimento de amputação,
Dá parte ferida do meu coração.
Não me sinto bem ao escrever,
Mas é necessário.
Uma sangria para minh'alma,
O sangue envenenado.
Enquanto, cada linha é um corte de navalha.
No fim é um suspiro na água turva.
Uma dor sobrepondo outra dor até que não doa,
O meu demônio interno me abençoa.