PROTESTO
Mas onde estão os meus amados versos?
Quem os teria roubado de mim?
Quem teria uma ousadia dessas?
[Alessa B.]
Mil versos hão que eu tenho feito,
Mas nenhum gozou o meu agrado.
Terá o Muso bulido neste peito
E d’alma a Fúria me arrancado?
Mil versos mais ainda eu sangrarei,
Hei de pôr à luz os desgraçados!
E com orgulho todos eu lerei,
Ah, meus versos bem-amados!
Hão de vir das entranhas perturbadas,
Jorrando como água em cachoeira
E dessas águas doidas, agitadas,
Me fartarei em densa bebedeira!