PROTESTO

Mas onde estão os meus amados versos?

Quem os teria roubado de mim?

Quem teria uma ousadia dessas?

[Alessa B.]

Mil versos hão que eu tenho feito,

Mas nenhum gozou o meu agrado.

Terá o Muso bulido neste peito

E d’alma a Fúria me arrancado?

Mil versos mais ainda eu sangrarei,

Hei de pôr à luz os desgraçados!

E com orgulho todos eu lerei,

Ah, meus versos bem-amados!

Hão de vir das entranhas perturbadas,

Jorrando como água em cachoeira

E dessas águas doidas, agitadas,

Me fartarei em densa bebedeira!

Alessa B
Enviado por Alessa B em 23/11/2020
Reeditado em 23/11/2020
Código do texto: T7118476
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