O ARTISTA-HOMEM PÓS-MODERNO (?)
Faz quanto tempo
Procurei ser impessoal
Ver as coisas por si mesmas,
Sem um pingo de narcisismo...
Faz muito tempo,
Venho me dividindo,
Fracionando minha biografia,
Transformando-a em imperfis
Que vivem uma vida em duas.
Como isso tem me deixado infeliz!
Se fosse apenas aptidão
Condizente do ramo a fim!
Mas não é assim, não!
Cientista, de afeto, falta-o razão;
O artista, metódico, sem coração...
Sou ser humano especializado,
Em versos decadentes;
De pensamentos inconsequentes
Para quem se julga ser ajuizado.
Sou o poeta pós-poesia,
Incerto de ser si mesmo.