O ALVO

Na nave/ninho em torvelinho

espantoso é o esvoaçar de sentimentos.

O pequeno alvo é o coração doído

saltitam inquietudes

remoem na pele as tatuagens.

Cuidados de calvário e corpo

amorosos signos dispersos

insolentes ardores. Ternura.

O súbito a(r)mar-se é um espasmo

encastelado no mistério de ser.

Na garganta, o silêncio lambe o vento

a cada porto (in)seguro.

Há urgências na expulsão do verso.

Palavra é flecha entrecortando o alvo.

Então, raivosos de amor

clausura e linguagem cospem o poema.

MONCKS, Joaquim. CONVERSA DE HOSPÍCIO. Obra inédita em livro solo, 2020/24.

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/preview.php?idt=7032518