Andarilhos

Quando se diferencia o amor como amor, então existe o desamor.

Quando se diferencia o desafeto como desafeto, então existe o afeto.

Opostos inextricáveis: bandas que delimitam perspectivas decisões e ações.

Tal estrada asfaltada de mão dupla cuja faixa lateral é limiar dos opostos.

Sem acostamento para segurança, só abismos que sugam e destroem.

Exceder quaisquer opostos leva a ações perversas: irracionalidade fatal.

Quando se diferencia a evolução como evolução, então existe involução.

Ciclos sempre: toda estrada tal "looping", vem, vai, percorre e chega a si mesma.

Todas estradas são perspectivas sobre a quididade e sempre se cruzam

Quididade é a teosfera cujo trevo âmago, é a noosfera, é o pensar, é o sentir.

O amor sempre pareia e se cruza com o afeto, com o prazer, com o carinho...

O desamor sempre pareia e cruza com o desafeto, com o penar, com o sofrer...

Quando se dissocia amor como amor, então existe o desafeto a posse o ciúme.

Quando se dissocia o afeto como afeto, então existe subserviência, desamor.

Egos irreparáveis: rumos que alimentam perspectivas fúnebres de decepções.

Tal estrada esburacada de mão única de amurada lateral, que cega, corrói, fere.

Sem contentamento para felicidade, só rusgas e vã animosidade que dói.

Exercer néscias e apequenadas percepções - falso dois - que nunca serão Um.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 21/05/2020
Reeditado em 23/05/2020
Código do texto: T6954119
Classificação de conteúdo: seguro