NÃO FALO DE MIM
Escrevo para corações partidos
Para mãos, pela labuta calejadas
Para o espírito amargurado e contrito
Para pés cansados pela caminhada
Pra quem fechou os olhos para a vida
Pra poesia e pra sensibilidade
Para quem teve a audição emouquecida
Mas vê nos versos alívio pra saudade
Não pense que escrevo sobre mim
Pois saiba que desse ponto de vista
Minha inspiração seria egoísmo
Não atenderia ao seu próprio fim
Por escolher uma via tão simplista
A exígua via do reducionismo