O Outro Vivo
Atrás da porta como herege
me escondendo das entranhas
assim, pelo tempo que me rege
sigo vivo, sabido que te estranhas
o mundo vivo, as colinas, as manhãs
porque tudo que é alto e não atinge
não permite que entenda, amanhã
ser como corpo livre, inteiro e finge
até às certezas, as multidões
que não te enxergam
ver de novo as solidões
amargas e sem volta
que te expulsa
a sombra que o escolta.