Me bateu à porta

Hoje a poesia bateu em minha porta,

Como estou em casa eu fui atender...

Ela me pedia palavras brandas,

Que eu usasse suavidade no escrever...

Hoje a poesia bateu em minha porta,

Ela estava miserável às tantas,

Queria acalento para as ideias tortas,

Me pediu que falasse das plantas,

E do sol, e da chuva, da benção da manhã...

Meu ânimo não queria atendê-la,

Se quem bate à porta pede ajuda,

Meu coração mole eu fui acolhê-la...

Procurei entre as palavras sisudas,

Alguma que poderia servir...

Ofereço à poesia alguns versos...

Pardais e andorinhas em revoada,

Uma flor de maracujá tatuada...

E outras flores, belezas mil do universo,

Que coroam a poesia malfadada...