O FASCÍNIO DOS CAMPOS
Pingos de chuva, dourados
Caindo, molha meus pés;
Resvalando sobre os telhados
De uma casinha de sapé!
O jardim na madrugada
Aguado pelo sereno;
No vaso uma flor juntada
Já morrendo ao relento!
Uma borboleta pousada
Num ramo de galho extremante;
Um beija-flor na sacada
Que sassaríca asas, distante;
Esperando a deixa, o momento
Para enfim, se aproximar;
À sugar da seiva doce
Que só pensa, devorar!
De minha janela olhando a cena
Em lágrimas, agradecendo a DEUS;
Inigualável visão amena
Que ali me concedeu!
Era aquilo que eu procurava
Pra justificar os meus dias
O verso sutil que me faltava
Nesta minha POESIA!