O estar longe da poesia
O estar longe da poesia, advindo da falta de inspiração para o processo poético, da imaginação pouco aguçada, ou até mesmo da ausência de audácia e coragem para expressar o que flui por dentro e precisa transbordar, me traz agonia.
Esse desencontro do poeta com a poesia, quando muito atarefado e preso ao automático do cotidiano, abre um buraco fundo no peito e na mente,
Porque o coração poético sempre está à espera de novas emoções, e a mente poética, por sua vez, necessita processar e promover a leitura de algo que vá além de um conhecimento científico convencional, é a busca por uma criação própria e subjetiva, alguma coisa que venha para cativar a imaginação, aquilo que seja capaz de ultrapassar com as palavras as definições limítrofes.
O homem sem poesia torna-se inexpressivo, tem uma visão de mundo muito vazia e olhar opaco.
Pobre deste que não consegue enxergar o quanto a poesia é relatividade, vida e a pura definição de liberdade artística!
Essa falta de poesia, chega até a trazer um certo conflito interior, pois como alguém é capaz de interpretar ao menos um pouco de sua própria interioridade sem tê-la?
Pensar na possibilidade de nunca mais ter ideia o suficiente para rechear esse bolo da poesia me traz desespero...