Candieiro

De quem é o olhar

Que espreita por meus olhos?

Fernando Pessoa.

O trôpego perambular por prenhes trilhas

Delata cansaços vetustos ávidos de além

Onde a canga do tempo, abjurada pelo outro,

Me atrela a quem não me quero mais bem.

O silenciar angustiado do viver intenso

Delata sonhos joviais servis de coragem

Onde o canzil do tempo, jugula o outro,

E me atem sem fuga em mossa imagem.

O pastejo em merecido pouso revigora

Delata o ruminar tardio sábio e único

Onde o cambão do tempo, arrasta o outro,

E me contem pareado eudaimônico.

O ferrão tangido que impõe marcha lúgubre

Delata o fervor anímico nobre e árduo

Onde o boi do tempo, iguala o outro,

Puxando o passado lascivo assíduo.

O carro o boi o carreiro ao arremeter

Delata a calma sóbria mítica e ritmada

Onde o cocão do tempo, ampara o outro,

Partindo sempre aretê em própria jornada.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 05/11/2019
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T6788170
Classificação de conteúdo: seguro