Candieiro
De quem é o olhar
Que espreita por meus olhos?
Fernando Pessoa.
O trôpego perambular por prenhes trilhas
Delata cansaços vetustos ávidos de além
Onde a canga do tempo, abjurada pelo outro,
Me atrela a quem não me quero mais bem.
O silenciar angustiado do viver intenso
Delata sonhos joviais servis de coragem
Onde o canzil do tempo, jugula o outro,
E me atem sem fuga em mossa imagem.
O pastejo em merecido pouso revigora
Delata o ruminar tardio sábio e único
Onde o cambão do tempo, arrasta o outro,
E me contem pareado eudaimônico.
O ferrão tangido que impõe marcha lúgubre
Delata o fervor anímico nobre e árduo
Onde o boi do tempo, iguala o outro,
Puxando o passado lascivo assíduo.
O carro o boi o carreiro ao arremeter
Delata a calma sóbria mítica e ritmada
Onde o cocão do tempo, ampara o outro,
Partindo sempre aretê em própria jornada.