Poemi
Sabe quem me ensinou a fazer poesia?
Ou mesmo quem me ensinou o gosto das palavras?
Foi a cabeça cheia, foi a vida,
Foi o viver.
Os amargores das feridas abertas,
Os doces afagos que lados quaisquer,
Essas coisas que viram lembranças, sabe?!
Foi tudo isso que me ensinou a fazer poesia.
Não dá pra falar de amor no meu tempo;
Não somente de amor pelo menos.
Eu não aprendi a fazer poesia com paixões, beijos,
Términos ou abandonos. Não...
Eu aprendi a fazer poesia com os moleques da rua em que morava,
Todos queimados da tarde de bola;
Aprendi o que é poesia com as roupas penduradas
Afrontosas às nuvens cheias do choro do céu.
Foi assim, com meus avós cuidando do quintal,
Que toda poesia que tenho se instalou em mim.
Por isso nenhuma palavra me vem à toa
Ou sem pretensão.
É sempre um verso solto do papel
Gravado nos muros e faixadas rabiscadas,
Contando histórias de qualquer um que sou eu
Ou não!
Pode ser até de alguém que aprendeu poesia
Por amor, sei lá...
Mas não foi só amor que deu poesia.
Eu sigo em prosa contada ou versada
Por sonho ou sofrimento,
Até amor, às vezes, mas a um contragosto danado!