Sopros
A voz que fala ao poeta,
irrompe e parece gritar;
Ela nasce de um simples lampejo,
e alumia feito o luar.
Goteja então pouco a pouco,
derramando as palavras no ar,
rompendo assim o silêncio,
e deixando a emoção aflorar.
Essa voz dissipa o nada
e suprime o não existir,
alforria os sentidos velados
e as ideias que carecem espargir.
Doce voz, que chega e arrebata,
que ecoa e não permite fugir,
deixa a porta da alma entreaberta
para que o sonho possa fluir.