POESYLAND
Os versos, artesanatos naturais,
São flores que, ao sol da mente, desabrocham
E os poetas, oras, esses são pais,
Cujas filhas, as letras, pouco a pouco o endossam.
Há poetas que transitam pelo jardim,
Alguns esvoaçam com graça de borboleta;
Outros, fechados em si, são como bichos-da -seda -
Algumas dessas sedas com maciez de cetim -
Ambos, entretanto, avessos às ampulhetas,
Caminham nas palavras fazendo-as veredas.
Tatuzinho-de-jardim perdido no humos,
Amante da obra dos grandes poetas;
Sei, jamais serei primeiro, suprassumo,
No rol dos autores serei o etecétera.
De meu humos contemplo os pássaros
Sem inveja ou desgosto, assim posto,
Nesse clero ocupo o papel de cátaro :
Ponho, então, um sorriso no rosto.
Não, o poeta não será jamais maluco:
Veja, olha-se as horas no relógio, poeta vê o cuco.
Observe que o poeta gira gira sem sê-lo,
Gosta muito de textura de cabelos.
Ele contempla a flor e então floresce,
Alheia-se, dispersa-se como ao vento a areia,
Foge da aranha, mas nunca da teia:
Quem é poeta, de poesia jamais se esquece.
Fazer poesia jamais será sacrifício,
É gesto de amor falado e escrito,
É no texto da vida palavra em negrito,
É ver nas coisas belezas e isso, infinito.