Aonde moro há um rio
Aonde moro há um rio
De transparentes águas,
De correntes afáveis
que atravessam os vales...
Os seixos do rio
Por baixo, no leito
Ignoram por vezes
A furiosa torrente
Do fluxo da água.
Aonde moro há um rio
Por vezes raso
Por vezes profundo,
Tão calmo nos vales,
Tão furioso no mundo.
Nas serras, o rio,
Se precipita raivoso,
Que tolo, é tão belo
O véu da cascata...
Aonde moro há um rio,
Há um rio dentro de mim,
Que o tempo implacável
Das minhas lembranças
Por vezes amenas
Tão doces serenas,
E o meu coração
Deseja voltar,
Ir contra a corrente
Do espaço e do tempo
Como se nosso tempo
Pudesse dobrar
A esquina da vida,
E outrora nos braços
Do amigo abraço
Enfim descansar...
Aonde moro há um rio...
Olympio Ramos
Tenha um bom dia na paz de nosso Senhor Jesus Cristo.