ESTEIRO – ISTMO – SEMA

Finco uma palavra no chão quando ergo-me suplício em duro leito.

Tenho olhar fixo, deliro.

Isto é derrame seco na margem sem margens

onde desenterro cava, colarinho, manga,

cavo, cova, destino vestido.

No percurso o universo cresce feito estria

abrindo derme morta para toda sorte de coisa viva.

Se o poeta é domador de faltas é pintor do ausente.

Incapaz de ferir esquece cruz e suplício. Deveras mente.

O leitor é sol, esteiro, istmo, sema. Do poema, sentidos.

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Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 04/07/2019
Código do texto: T6688342
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