CANÇÃO EM TOM ROUCO

Meus poemas doem.

Exalam sangue,

Odor de mangue,

Ferros corroem.

Há neles umidade

Própria em pântanos,

pois chovem a cântaros

Nas duras verdades.

Há, também, mares.

Onda agitada ou de mansinho,

Não raro surgem passarinhos.

Há desistências e exaltares.

Dizem talvez pouco,

cantam saudade e medos.

Alguns entardecem cedo,

Canção e cantor roucos.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 27/06/2019
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