CANÇÃO EM TOM ROUCO
Meus poemas doem.
Exalam sangue,
Odor de mangue,
Ferros corroem.
Há neles umidade
Própria em pântanos,
pois chovem a cântaros
Nas duras verdades.
Há, também, mares.
Onda agitada ou de mansinho,
Não raro surgem passarinhos.
Há desistências e exaltares.
Dizem talvez pouco,
cantam saudade e medos.
Alguns entardecem cedo,
Canção e cantor roucos.