poema cafuzo
entra
nas pontes dos sem sentidos
sentimo-nos atentos e atados
a um projeto irracional
cuja sensatez é o limite permanente
entre o soneto e o embrião
de uma viagem ao verbo
somos párias paralelos ao hemisfério
de uma simbiose anárquica e analfabeta
duas vezes os rios se encontram
nas profundezas dos poços artesianos
libidos libertadas da transfusão cafuza
do texto com a gramática opaca
ao norte limite com a dissenção
ao sul teu corpo com a deslucidez
ao leste as veias coronárias trôpegas
a oeste os sioux e apaches
nas tribos dilaceradas por custer