poema cafuzo

entra

nas pontes dos sem sentidos

sentimo-nos atentos e atados

a um projeto irracional

cuja sensatez é o limite permanente

entre o soneto e o embrião

de uma viagem ao verbo

somos párias paralelos ao hemisfério

de uma simbiose anárquica e analfabeta

duas vezes os rios se encontram

nas profundezas dos poços artesianos

libidos libertadas da transfusão cafuza

do texto com a gramática opaca

ao norte limite com a dissenção

ao sul teu corpo com a deslucidez

ao leste as veias coronárias trôpegas

a oeste os sioux e apaches

nas tribos dilaceradas por custer

Matuto Versejador
Enviado por Matuto Versejador em 15/01/2019
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