Entre o céu e o chão - Ilusão - LXXXIX
Ás vezes,
me faz falta
um metapoema
não para honrar
a forma dele,
mas para fazer-me
um pouco maior
do que sou,
um metapoema
sem muita vergonha
e que nem eu mesma
consiga crer ou duvidar
dele;
versos que corram
decididos e firmes
descrevendo o que
parece ser tão
difícil transmutar
e saborear,
por fim, linhas
onde meus pés nunca
chegaram,
onde minhas mãos
jamais tocaram,
onde meus versos
se tornem pequemos;
um metapoema capaz
de me reinventar!