Aplausos ao Teatro dos Deseserados.

Aplausos ao Teatro dos desesperados:

Faço parte de uma corja

De desfivelados frívolos

Que escrevem à força.

Paremos para acreditar:

Que todo mundo ao redor

Quer ser criador de mundos,

Mas ninguém sabe

Em que caminho

Colocar pedras.

Já chega de gente como eu!

Já basta de escritores!

Daqui a pouco,

Teremos um sindicato

Ou uma ordem para frear

O crescimento populacional de Idiotas.

Só nos existem líquidos

E poetas que acham

Que diários são desconcertos!

Para

Quem não

Quer

Nem sabe

Ser

Gente,

O papel mor

Está apenas

Em angústia

Plena,

Na partilha

Do prazer

De não ser.

Maldição!

Maldição!

Três vezes: Maldição!

Deixem de ser inteligentemente

Capazes de crer que

Ainda existam em sua Profissão.

Não existem, não.

Ninguém vive

Se não em uma tela

Com palavras escritas

Em vão, para pessoas

Que sustentem o Meu.

O que temos em vossos líricos são só um bocado de dizeres preenchidos, curvadas a idiotice comum de nossa modernidade tardia, que nos força a ter a impressão que somos sensíveis ao ponto de fazer tamanha resignificação do real. Nós nos perdemos no real.

(Estou explicando meu insulto angustiado

Para a parte bofetada

Que agora está pensando em réplicas

Para saciar sua vontade de contradizer.)

Afinal:

Somos um bando

Somos um bando partido,

Que acha que sabe

Onde colocar vírgulas,

E que entende muito bem

Sobre receber saborosas

E aclamadas críticas.