conto de verão ( que nem dylan thomas )
voa, ave
liberdade se escreve com asas
livra-te dos centauros perniciosos
dos vales arroxeados de neve
que sai das ventas da medusa
pousa tua carne virgem nas terras
invioladas pela astúcia dos conquistadores
desperta o júbilo
que jaz sob o orvalho das matas ressequidas
finca tuas garras na garganta histriônica
dos sinos que badalam o advento de cérbero
deixa as reses pastarem sem a corda umbilical
faze o vento reverberar procrastínios eternos
da tarja negra que envolve caixões inocentes
retira o piche planta a cal da ressurreição
dos amantes enviesados em brumas opressivas
salga o cio das boreais nas tetas dos perniciosos