Cuspido e escarrado

Replicado numa bolinha de tungstênio

A idéia de um holograma do meu universo

Quem sabe esfregando esta lâmpada não saia um gênio

Louco para por tudo em versos

E faço meus três pedidos

E que o cérebro bolinha não trave

Que na rima seja bem sucedido

Que a tinta nunca acabe

A caneta me olha com prazer

"Estou pronta para girar”

“Tu não tens tantas coisas para dizer?”

“Tanto para se desnudar”

Sim mas sou pudico, encabulado

Ou é vaidade e gostaria de um photoshop

Quem sabe um revisor articulado

Para o leitor não entrar em estado de choque

Para a métrica poderia cuidar um revisor

Mas o conteúdo continua todo lá

Deste louco sem medida o seu sabor

Continua minha responsabilidade o blábláblá

E do que sai terá o lixo, queria o luxo

Às vezes o que escrevo é sem rumo

Dos meus devaneios sigo o fluxo

Mas queria entregar só o supra-sumo

Quem sabe numa trilha louca entregue a essência

E numa carreira invertida eu expire tudo para fora

Quem sabe este branco provocante denuncie minha dependência

E na minha loucura você também viaje - "Vambora!"

Não pense nesta poesia como do tempo, uma ladra

"Vambora" curtir a paixão, o riso, a filosofia de boteco,

(Até "merchand" como nesta e na próxima quadra)

A tristeza, a indignação, venha cá me dar um xaveco

O “Tem news no blog...” te espera

Disputando com tanta informação

Se deixar para depois já era

Te aguardo de coração.

Poderia ser a explicação da expressão virar ditado

Fosse um belo texto, poderia ser esculpido em Carrara

Mas não, é como um filho cuspido e escarrado.

Pois é do meu jeito - a minha cara!