METALINDOPOEMA

Prometo um poema sem rimas e sem drama,

cavado nas ruínas de Tutancamon,

que seja lapidado com unhas e dentes,

feito na brasa da lava do vulcão Volcano,

esquecido na mesa de um bar numa ilha distante,

afresco na caverna mais profunda do mar,

delirante tanto quanto um louco recém saído do hospício,

feito origami de uma turista sem ocupação e desempregada,

algo bem próximo de garotos de skate na Califórnia,

que cante sem boca a canção sem palavras grudentas,

realize o sonho de um estudante que ganhou bolsa,

chame para a sua festa os lobos acidentados,

poema esse que se chamará sem nome e endereço,

caído as pés do Pensador destruído pela corrosão,

prometo um poema metalinguístico,

de si fale tanto que nada sobrará

a quem vier depois dele.