Quero escrever
Quero escrever
Mas meus dedos me traem
A manhã é fria e o café está quente na xícara
Meus pensamentos gritam
Minha alma emudece
Quero escrever
Mas não encontro a pena
Meu coração está propício a isso
A batida é constante
Só que não há papéis pela casa
Minha poesia é uma criança
Posta de castigo bem dentro de mim
Doida pra brincar lá fora
Minha poesia faz pirraça
Debate-se no chão com a cara lavada de lágrimas e catarros
Pedindo perdão pelo que ainda não fez
Sinto-me um vulcão inativo
A minha poesia é lavas borbulhante dentro de mim
Sou todo explosão sem explodir
Poderia até dizer que te amo
Entretanto sinto o balançado desse barco
Nas curvas distante do rio da vida
Tenho em mim a nascente
Sou poente
Quero escrever
Mas meu silêncio só desenha músicas
Num enredo mudo de cores em valsas