Quero escrever

Quero escrever

Mas meus dedos me traem

A manhã é fria e o café está quente na xícara

Meus pensamentos gritam

Minha alma emudece

Quero escrever

Mas não encontro a pena

Meu coração está propício a isso

A batida é constante

Só que não há papéis pela casa

Minha poesia é uma criança

Posta de castigo bem dentro de mim

Doida pra brincar lá fora

Minha poesia faz pirraça

Debate-se no chão com a cara lavada de lágrimas e catarros

Pedindo perdão pelo que ainda não fez

Sinto-me um vulcão inativo

A minha poesia é lavas borbulhante dentro de mim

Sou todo explosão sem explodir

Poderia até dizer que te amo

Entretanto sinto o balançado desse barco

Nas curvas distante do rio da vida

Tenho em mim a nascente

Sou poente

Quero escrever

Mas meu silêncio só desenha músicas

Num enredo mudo de cores em valsas

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 23/05/2017
Reeditado em 23/05/2017
Código do texto: T6006751
Classificação de conteúdo: seguro