CRESCIMENTO

Toca o poema,

ele é o canto ao sabor

de álgidos ventos.

Pareces ter a palavra

debaixo das unhas.

Cuida de apará-las

com graça e avareza.

Observa-as de esguelha

pra ver o que realmente

querem para comer.

Elas crescem muito devagar

mas estão sempre com fome,

apesar de muitas padecerem

de anemia.

Lembra sempre das palavras:

parecem lesmas embaixo da unha.

Talvez vermes ávidos de vida.

Subterrânea e futura.

Cuida dos vermes também.

– Do livro OFICINA DO VERSO, vol. 02: 2015/17.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5953312