BRUXOS!

Bruxos!

Os poetas não são gente

Não gente comum

São uns bruxos miseráveis

E sua miséria é feita de ausências

Faltam-lhes Certezas

Falta-lhes o Chão

Faltam-lhes as Verdades

Os benditos Caminhos de Paz

As benfazejas palavras de conforto

E as definitivas conclusões

São uns miseráveis, como eu disse

Pedintes de sentido

Mendigando razão e sensatez

Neste mundo oco e sem nexo

Implorando por cores vivas

Neste claro-escuro mundo de morte

Bebericando, de bica em bica,

As gotas de realidade que caem com as chuvas

Bruxos!

São uns miseráveis esses poetas!

Umas miseráveis, essas poetisas!

Nos fazendo enxergar

Com as Verdades que não possuem

Nos fazendo ir adiante

Pelos caminhos que não possuem

Nos fazendo mais serenos

Com uma tranquilidade

Que eles mesmos não possuem

Nos fazendo decidir livremente

A partir de inacabadas conclusões

E é nisso que consiste sua Magia:

Fazer do que lhes falta

Alimento espiritual de todos nós!

Poetas e poetisas:

Bruxos miseráveis!

Fabio Ferreira S
Enviado por Fabio Ferreira S em 21/03/2017
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T5947545
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