Infinito abstrato
Conto o tempo,
Mas ele nunca me conta,
Com quantas estrelas
É feito o céu...
Muda de estação.
Ajusta o volume
Se recria.
Flui.
Bate os ponteiros
No ritmo mágico
De um senhor
Conciso e determinado.
Ensina e castiga,
Replica o murmúrio,
Persiste em caminhar,
Nunca se cansa
De tanto trotar
Pelo infinito abstrato
De loucura ilustrado.
Com teimosia me leva
Para muito longe
Do hoje.
O ontem esfarelou
Não me vejo
Nesses reflexos turvos,
Opacos de sabedoria.
Que dirá de amanhã?
Se acaso chegar...
Nem sempre doce,
Justo e pontual.
Mede o tamanho da vida,
Mas o seu valor,
Quem adivinha?