Alvorada delirante
Ela o cortejava
bem de perto
da retina
Ele dizia
mesmo sem dizer
nada
E ela escutava
palavra por palavra
O silêncio é mesmo
envolvente
Na calada
da noite
ela se entregou
em devaneios
Ali mesmo
na mesa rígida
sobre um papel
qualquer
Suas mão deslizavam
ora frenética...
ora suavemente
Emoções eclodiam
O ensejo seguiu
a madrugada
Exausta e saciada
Ao nascer o dia
ela deu à luz
a Poesia
Proveniente
a tudo que sentia