O princípio
O Princípio (metapoema em prosa)
Descanso o lápis no papel;
respiro calmo,
uma paz me abranda.
Começo a sonhar;
não sinto os pés, as pernas,
os baixos órgãos.
Apenas o coração pulsa na caixa ressonante!
As mãos?... Ah elas escrevem!
Os dedos quase dormentes
haurem no ambiente a cota de
força necessária.
Mansidão das escrituras.
O olhar mais íntimo vê imagens em telas:
é imaginação.?
O quadro
Vejo um ambiente escuro;
surge um ponto luminoso:
no centro.
Ele aumenta, expande-se, fazendo vencer
a oposição:
as sombras somem!
Da luz mor formas passam a se delinear.
São humanos, vestes ancestrais,
aparências transparentes;
a paisagem é digna do éden.
Eles me falam sem mover os lábios:
são sábios!, são lábios?...
O objetivo
Visitam o lado mais profundo de
meu ser,
e exprimem em uníssono:
– Calma! Seu coração anda aflito!
– Ah, como quero serenidade entidades!?
– Aproxime-se! ... Veja esta rosa! (agacho-me)
Observe o orvalho que pousa!
– Sim...
– Em paz espera o sopro da mudança
no canto do vento!
Repouse você também no fluxo da paz!
– Mas, mas, mas ...
– Entregue-se!
Respire o equilíbrio que chega!
– Sim, me entregar, submeto,
os conflitos...
O fim
– Então venha!
Os braços reluzentes me conduzem
pelo céu multicor às águas transcendentes.
E de cima:
– Mergulhe nessa fonte viva, feito
um pássaro,... um pássaro!
...
– Banhe-me!!!
...
Podia respirar aquela água!
Bebia-a com a sede dos felizes!
Estava em paz!
Mas ó, os sonhos são esguios e
passageiros!
Sorrindo acordei no leito,
com o travesseiro de folhas manuscritas;
o lápis gasto com o trabalho.
Na reunião do onírico em papel:
apenas registrei rabiscos!