Homus Literatus
Da altura da linha
Decaem as rimas;
Ajuntam-se em cisma,
Desfiam o bom senso.
Se pudesse prendê-las
Todas num espaço só meu:
Manietá-las e fazê-las
Dançar a minha música;
Renderem-se à minha transitoriedade.
Seria eu um bardo,
De fina pena,
Ungido com óleo,
Vestindo uma toga
E tendo em mãos
Todo o lácio.
Feito areia numa arupema,
Escorreria ele lento;
Por vezes cintilando,
Outras jogando sombras:
Ao sabor do vento.