POSSESSOS

A cada dia assassino um homem

Alguns são abarbudos encapuzados

Velhos enrugados de cabeça vazia

Outros jovens de pouca vida

Amargurados de longa partida.

A cada dia aponto uma arma

Uma bala atravessa um crânio

E voa carne para todo lado

E o som do lápis é inacabado.

Às vezes são pobres famigerados

Outrora belos caminhos de carma.

Por esta vez somos feridas

Dos mortos de um corpo embriagado.

Alguns têm votos de nãolegria

Para aqueles que nunca dormem

Nem acordam para o feriado

E vagam na vaga de caída.

Mas os homens nunca morrem

A cada dia fico mais cansado.

Este é um choro dalguém

Que acaba com sua vida enforca

Nem o penso como quem vem

Quem vem de mim na hora tardia

De nós homens do imaginado

Que padecem por outros imagoados

No fundo da papelarida,

São novamente assassinados

Assinados de fim amargo.

Alan Pessoä
Enviado por Alan Pessoä em 11/04/2016
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