POSSESSOS
A cada dia assassino um homem
Alguns são abarbudos encapuzados
Velhos enrugados de cabeça vazia
Outros jovens de pouca vida
Amargurados de longa partida.
A cada dia aponto uma arma
Uma bala atravessa um crânio
E voa carne para todo lado
E o som do lápis é inacabado.
Às vezes são pobres famigerados
Outrora belos caminhos de carma.
Por esta vez somos feridas
Dos mortos de um corpo embriagado.
Alguns têm votos de nãolegria
Para aqueles que nunca dormem
Nem acordam para o feriado
E vagam na vaga de caída.
Mas os homens nunca morrem
A cada dia fico mais cansado.
Este é um choro dalguém
Que acaba com sua vida enforca
Nem o penso como quem vem
Quem vem de mim na hora tardia
De nós homens do imaginado
Que padecem por outros imagoados
No fundo da papelarida,
São novamente assassinados
Assinados de fim amargo.