TINTA DE CANETA NA CANECA
O escritor na alta noite
Olha a caneca de café,
Mas não reconhece se o conteúdo
É mesmo café ou tinta preta de caneta.
As palavras escorrem de suas mãos
Juntando-se na caneca fumegante
Formando bolsões imaginários
Caro petróleo retirado do fundo da alma
Fumaça sobe em nuvens de inspiração.
O escritor larga a caneta
Por alguns instantes
Pega a caneca cálida, e dela bebe
Seu breu de doce criação.
Será ali, café ou tinta? Não importa,
Pois a história se escreve com os dois.
Do que quando os pássaros esqueceram
Como celebrar a alegria dos dias vindouros.