DELETADO

Quando do mundo for deletado

No meu momento mais atroz

Na vertigem da terrível passagem

Poderei desatar todos meus nós?

Eu convivo com a ideia deste desenlace

Não sem cruzar os mares da angustia

O que não me ajuda ainda mais desentender

Os sentidos da vida e suas minúcias

Contido e cativo, nesta caixa sem saída

Onde viajo amordaçado, sempre a sós

Sem encontrar o amor, esta ave libertária

Que passa pela nossa vida tão veloz

Não, não sinta pena de mim

A acidez da agonia, não me tocará

Nem mesmo o amargo da solidão

Eu posso quem sabe ser clareado pela luz

Se não for, será por merecimento, tanto faz

Minha alma calejada conhece a escuridão!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/02/2016
Reeditado em 20/09/2024
Código do texto: T5539170
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