Falando com a Poesia
Brincar com as palavras
É a minha diversão
Jogo nelas minhas mágoas
A poesia refresca o coração
A poesia me deixa sonhar
Para dançar, ela pega minha mão
Ela sempre faz transbordar
O sorriso, o amor, a emoção
Conversando com ela
Abro um leque de cores
Meu humor vira aquarela
Nela nascem lindas flores
Cara poesia, tu és o palco
Dos meus desabafos
Tu és um salto
Em todos os meus percalços
Tu és tão cara e rara
Tu és a obra do meu viver
Tu és a forma mais clara
Do mistério a conhecer
Luz na escuridão
Acendes a forma mais bonita
Sigo palavras em procissão
O obscuro faz parte de tua dita
Nas adversidades sem ti
Não poderia superá-las
Sem tuas palavras, tinha que partir
Eu já teria feito as malas
Querida amiga e amada
Dou-te a dor e o riso
Não podes ser tão amarga
Se me enganas com o paraíso
Sabes que choro sorrindo
Conheces das lágrimas as causas
Simulas alegria comigo
Sabes o motivo de minhas pausas
Se desesperada te encontro
Lembro-te que és a que me incendeia
É para ti que eu me apronto
Quando o mundo me parece uma cadeia
Depois da nossa algazarra
Somente tu e eu
Os papéis no chão – da farra
Um vinho a mais e mais um verso era teu
Se de mim tu te cansares
E eu de ti também possa cansar
Se de mim tu te lembrares
Pronuncia ao menos o verbo amar
Lembra das noites que passamos
E dos dias que as flores despertamos
Quantos versos recitamos
Para que leiam o que sonhamos
Lembra-te também do dia que te perdi
Chovia em meu olhar
Sem saber a quem pedir
E como iria te encontrar
Em ti depositei minha agonia
Em ti lancei minhas percepções
Se não foste tu, oh poesia
Não aguentaria as decepções
Tu és o livro
Das minhas lamentações
Do abismo ao infinito
Escreves as minhas desilusões
Coloco em ti as reticências
Para que eu te encontre mais tarde
Deixo claras evidências
E morro de tanta saudade
Exponho a ti minha vida
Partilho com todo o prazer
Minha mão tornaste atrevida
Pois não sei viver sem escrever