Versar a arte de escrever
Desato o nó que há na garganta
Num simples gesto de amor:
Versar a arte de escrever.
Para quem nos cantos canta
Sobre a vontade de viver,
Livro-me assim da dor.
Poetizar:
Ato desvairado de se libertar,
Fato acordado de se amar.
Versar:
É o sopro da alma
E o recanto onde mora a calma.
Poetizo-me por entre as linhas,
Entre traços livres e corridos,
Guardo no bolso solidões só minhas
E medos nos pensamentos; perdidos.
Extravaso pelas mãos sutilezas,
Ternuras sem fim,
Escrevo sobre as raras belezas
E de tudo que há em mim.