Néfrons
.:.
Néfrons
Meu verso é transcrição do que sinto.
Sério, é tudo verdade - não minto!
Eu sinto dores quando escrevo.
Fígado não se regenera...
Se for atingido, já era.
Eis a Biologia dos leigos!
Sentir seria prenúncio de dor.
Dor de quê?
De amor, do desconhecido?
Dor do novo.
Meu corpo tem gordurinhas,
esteatose murmurante.
Negra? Rubro?
Meu fígado respira qual pulmão...
Clama a poesia borbulhante.
Sou falso etilista, nunca bebi!
Proclamo a embriaguez do verso,
alterando metabolismos.
Sede. Mesa. Bares.
Suores. Mulheres. Amores.
Adormeci.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu-CE, 21 de agosto de 2015.
12h07min
.:.