Sina de Poeta
Sou aspirante a poeta
e vivo na pele os dilemas
da escrita, que, ora me esvazia,
ora me completa.
Às vezes, rimo
outras, suprimo
essa mania de estética.
Verso livre, vou solto
a enveredar pelas linhas
da minha poética.
Não me censuro.
Através da escrita
pode-se tudo.
Minto e falo a verdade
e, geralmente, me vejo
no que escrevo
fugindo de mim mesmo,
por essa válvula de escape.
Só sei que quando escrevo,
meu canto eternizo
para além da vida.
Entre a chegada e a partida
o homem se esvazia e se completa.
Concluo, então, que minha sina
é mesmo ser poeta.