ESCUDOS DA OMISSÃO II

Muitas pessoas possuem uma noção errada do que seja julgar e criticar. Uns pensam que criticar é falar o mal de alguém, ou de algum trabalho. Outros imaginam que fazer críticas é sempre se opor a alguma coisa, pelo fato de ser contra e então julgamos as pessoas. Entretanto, existem muitas noções erradas do que seja julgar ou simplesmente criticar, tendo em vista que se vulgarizaram mal estes termos.

Neste sentido, muitas pessoas desinformadas usam elegantemente a palavra “Julgamento”, crente que está usando bem, no entanto não sabem empregá-la. É importante que, quando estamos lendo um texto, que a sua leitura seja consciente e primorosa, para que se reflita o verdadeiro sentido da frase no pensamento.

Quando Jesus nos fala “Não julgueis para que não sejais julgados...” o entendimento das pessoas passa a ser único: “está julgando o próximo”. Apesar de muito ter se discutido e divulgado a respeito desta frase, muitos crentes e religiosos continuam pronunciando-a num sentido decorado. A verdade é que a Palavra do Senhor passou a ser simplesmente um velho refrão popular na boca do povo.

Infelizmente, a grande maioria ao ler esta frase pára por aí, sem entender mais nada, sobre o seu real significado, por falta de um conhecimento maior e discernimento da Palavra, por isso a tornam assim muito fácil de pronunciar. Por tudo isso, essa questão do “julgar” merece ser bem mais analisada.

Muitas interpretações incoerentes de raciocínio sem fundamento lógico vêm se repetindo há séculos pelas pessoas, e inclusive por muitos religiosos católicos e evangélicos que não buscam e não aceitam uma verdade mais plena. Para eles a igreja só tem a ensinar e nada a aprender. Muitas voltaram a ser portadora de uma verdade única, fora da qual não há saída.

Este texto decorado é usado por todos quando lhes convém e passam supostamente a “julgar” todos e tudo. Basta emitir nossa opinião ou crítica sobre determinado assunto ou postura de muitos pregadores do Evangelho, por exemplo: os que se utilizam da Palavra para usufruírem de benefícios financeiros pessoais, que lá vem um vestindo a carapuça e fraseando: “Não julgueis para que não sejais julgados...”.

Se partirmos desse pressuposto entendimento, ocorre então, que as pessoas julgam pessoas todos os dias sem se darem conta: pelas suas reações, pelo que escrevem, pela aparência, pelo jeito de falar, de sentar, de se portar. Isso não é uma contradição a respeito do que muitos falam por ai? Ou seria simplesmente uma forma de omissão diante das coisas de Deus?

Com certeza, a maioria não está sabendo definir o real significado dos verbos “criticar e julgar” e por isso dão um outro entendimento a quem está criticando as práticas ilícitas dentro do Evangelho.

E é aí onde entra a crítica que é sempre salutar para compreender a realidade que cerca a humanidade que vive em um clima de interpretações e verdades relativas. Neste mundo capitalista, onde os jornais e a televisão, bem como o rádio levam ao ouvinte, ou leitor, ou telespectador, as mais diversas mensagens que conseguem no dia-a-dia da vida, algumas verdadeiras, e outras simples conjecturas, interpretações, algumas outras totalmente sem sentido. Estas devem ser investigadas detalhadamente.

Assim também ocorre com a interpretação de versículos Bíblicos quando a pessoa está acostumada a abrir uma página qualquer da Bíblia querendo “interpretar” o que Deus está falando com ela naquele dia. (se é que Ele esteja falando mesmo com ela) A verdade é que a pessoa acaba lendo determinado versículo sem nada entender, ou tento um entendimento equivocado do texto, pois lhe faltou conteúdo, maior compreensão o qual se complementa a cada novo versículo. Proceder assim é o maior erro que as pessoas cometem.

Especificamente sobre o assunto ora abordado, vejamos: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. Como é que vedes um argueiro no olho de vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa - me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - “Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois então, vede como podereis tirar o argueiro do olho de vosso irmão”. (Mateus, 7: 1, 2, 3, 4, 5)

Quando Jesus disse, em Mateus 7:1-2, "Não julgueis para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir vós”; Jesus estava falando para os hipócritas, que julgavam e reprovavam outras pessoas que praticavam os mesmos atos que eram praticados pelos mesmos hipócritas que as julgavam. Quem pratica algo não tem isenção para julgar quem o mesmo ato pratica. No entanto todos ficam repetindo essa frase como se não fossem capazes de cometer o mesmo erro, como se estivessem isentos de imperfeições, e na verdade ao proferir a frase já o estariam fazendo. Somos frágeis seres pecadores.

Atentamente devemos observar os versículos seguintes: 3 - 4 - 5. “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Nestes versículos, Jesus exorta os que têm argueiro no próprio olho, mas julgam seus semelhantes, porque igualmente têm argueiro no olho.

No versículo 5, Jesus deixa claro que o hipócrita deve primeiro tirar o argueiro de seu próprio olho. Fazendo isso, ele pode questionar o argueiro do olho de seu irmão. Ao falar do argueiro no olho, Jesus estava se referindo também à tendência da maioria das pessoas, principalmente daqueles que não seguem seus ensinamentos.

O que significa isto para você considerando as seguintes definições? Argueiro: é um "cisco", uma "pequena partícula". Também significa "minúcia", "minudência", "insignificância”. Trave: tronco de árvore empregado em construções; viga; trava; peia; cada uma das pedras compridas em que assenta a mó inferior do moinho; freio da língua.

Você percebe agora o disparate entre o tamanho do erro apontado do outro e o imenso engano do olho de quem acusa? Às vezes achamos que sabemos muito, quando na verdade não sabemos nada e necessitamos humildemente de ajuda Divina para termos o correto discernimento.

Esta passagem Bíblica tem sido excessivamente exposta, embora com toda a certeza, sem muita observância. Na verdade deveria nos alertar para a urgência da necessidade de ouvir e de compreender a mensagem nela contida, e para a dificuldade que temos em segui-la. Evidente que para muitos que continuam com práticas condenáveis em relação ao Evangelho, esta frase soa como uma autodefesa daquilo que não querem discutir.

Do ponto de vista Cristão, em todo este contexto do argueiro, o criticado deveria antes parar para refletir e, se mereceu a crítica, corrigir seus procedimentos para que ele não se repita. Se não a mereceu, deve compreender de maneira diferente e reação normal, que foi imerecida e que cabe a Deus o julgamento final no dia do “Grande Trono Branco” encerrando assim a questão. Mas se você responde repetindo a frase de Cristo Jesus, então está recusando a crítica e a devolve numa atitude de orgulho, que não se justifica a quem se considera um cristão, filho de Deus. Ou será que a crítica apenas desperta sentimento de ódio que existe escondido no interior das pessoas.?

Estes versículos já foram tão difundidos pelos anos, mas, assim mesmo, quando se busca uma melhor compreensão pela diversidade dos comentários, existe sempre alguém que continua vestindo a carapuça repetindo a mesma frase.

Não há como negar a eficiência da crítica que deve ser feita para se apurar bem os fatos, e se terem resultados verdadeiros, pelo menos na concepção de todos aqueles que não enxergam muito longe em sua frente, dado o seu nível intelectual.

Bem sabemos que o mundo é cheio de polêmicas, de dúvidas e de questionamentos sobre quaisquer assuntos. Isto de certa forma é bom, porque a verdade deve ser dita, ou descoberta hoje ou amanhã.

Precisamos ter fome de um maior conhecimento de Deus e de uma compreensão mais profunda daquilo que Ele quer de nós. O Autor de Salmos “119” faz declarações como as seguintes: «Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos» (v.7)... ensina-me os teus estatutos» (v.12). «... dá-me inteligência para entender os teus mandamentos» (v73).

Para aprendermos melhor Seu estatuto, precisamos de uma atitude única: “humildade”. Se quisermos passar a eternidade a adorá-Lo, não deveríamos aprender a fazê-lo agora?

Que a Paz esteja com Você.

((((Plínio))))

Redação em 28/04/2008 21:18:00

Plinio Luiz
Enviado por Plinio Luiz em 18/05/2008
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T994469
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