RELATIVAMENTE CERTO OU ERRADO

Somos réplicas a afastar-se do modelo, como o trem que sai dos trilhos. Confundimos individualidade com libertinagem. Individualidade implica em agir de forma independente do modelo, exercendo criatividade e inovação, mas tendo o modelo como parâmetro de certo e errado, como limite. Na libertinagem cria-se princípios individuais de certo e errado, então o conceito de certo e errado difere entre os indivíduos e os grupos, pelo que não se harmonizam.

Na individualidade há liberdade e o certo resulta em estabilidade, continuidade e acréscimo, jamais em obstrução (fim). Na libertinagem há liberdade, mas aparente, pois o certo individual produz instabilidade, decréscimo, impedimento e subtração aos indivíduos em redor, afetando, por fim, também o sujeito. Portanto, a diferença entre certo e errado é que o certo é o princípio que gera estabilidade, produção (acréscimo), sem gerar obstrução, privação, desabastecimento, decadência e morte individual e geral, Já, o errado é o princípio que produz o oposto, gerando improdução (decréscimo), privação, desabastecimento, decadência, morte individual e geral.

Logo, a premissa novaerista de que certo e errado são princípios relativos aos interesses dos indivíduos e grupos é incoerente, pois somos físicos e, embora o certo e errado tenham em alguns momentos conotações filosóficas, mesmo essas produzem efeitos físicos, pois somos subordinados à lei da física e tudo o que fazemos transita na esfera física. Sendo assim, o certo sempre produzirá estabilidade, continuidade e progressão, enquanto o errado produzirá instabilidade, regressão e obstrução (fim), não importando a língua, o povo, ou confim onde tais princípios existam, sendo que não é possível livrar-se deles.

Suponha que certa comunidade decidisse que todo que desejasse poderia fazer de escravo ao vizinho e todos decidissem usufruir do privilégio. Logo todos seriam escravos uns dos outros, açoitando-se mutuamente, obrigando um ao outro a cumprir a ordem do seu senhor, estagnando a produção. Não haveria mesmo razão de produzir, pois ninguém poderia adquirir sem ter como adquirir, sendo que cada um daria ao outro somente uma ração básica, um abrigo básico e vestimentas básicas, pois não haveria remuneração.

É certo que para haver escravidão requer-se submissão de uns a outros. É também provável que escravizadores não se submetem a escravidão, reagindo ferozmente, resultando em peleja contínua, uns defendendo-se de ser escravizados pelos outros.

De que lado você quereria estar para harmonizar tal sociedade? Seria escravizador ou escravizado?

Certo é que o conceito de certo e errado relativo aos interesses de indivíduos e grupos depende do ponto de vista que quem está em uma ou outra das extremidades. Do ponto de vista do escravizador, o escravizado está errado em não submeter-se, enquanto o ponto de vista do escravizado é que o escravizador está errado em escravizá-lo.

Qual é o certo?

Se perguntar a escravizados e escravizadores, o que tem prazer e não sofre dor dirá que sua posição é a certa, mas o que sofre dor e privação dirá que o primeiro está errado. Sempre será assim e jamais isto mudará, seja em que sociedade for. Todavia, se perguntarmos a quem está de fora, qualquer consciência por mais primitiva que seja não poderá ignorar que causar sofrimento e privação é errado e que ninguém tem que submeter-se a isto a não ser acidentalmente, que quer dizer em circunstâncias fora das possibilidades humanas.

Somente um cego intelectual (ou irracional) para entender que privar e causar dor é certo, estando por certo afetado por interesses pessoais avassaladores, o que ocorre com grande parte dos que têm outros a seu serviço e pagam esses salários insolentes que os trabalhadores recebem.

Para que haja harmonia e individualidade entre seres em grupo, em vez de uma disputa para decidir quem representa o padrão ideal de certo e errado (sendo que na disputa os princípios de certo e errado são corrompidos pelo ímpeto de vitória a qualquer custo), Deus pôs-se como único padrão, elevado e fixo, não podendo ser corrompido, mas determinando um princípio ideal de certo, que jamais resulta em cessação, decadência, desarmonia, morte individual ou geral, sendo que ao extermínio é que o sistema humano tem encaminhado a Terra.

Se o retrocesso ocorre atualmente e sempre ocorreu é porque mesmo os religiosos, ao tomarem o padrão de Deus, julgaram-no e conformaram aos seus próprios conceitos de certo e errado, calcados nos e visando os benefícios (aparentes) que poderiam produzir para si próprios, sem se importar com a verdade insolúvel de que certo é o padrão cuja prática produz benefícios para todos.

Urge que os indivíduos retornem ao Modelo para que se salve a humanidade. Todavia, cada um precisa retornar por si só, sem forçar o outro, pondo-se de modelo. Entretanto, embora não devamos colocar-nos de modelo, é crucial que cada um indique o verdadeiro Modelo após tê-lo achado nas e julgando do ponto de vista das Escrituras Sagradas. Embora que acanhado, cada indivíduo tem obrigação de divulgar o Modelo incorruptível, Jesus Cristo do Velho e Novo Testamentos, íntegro, o mesmo que se tivéssemos imitado jamais teríamos nos colocado no limiar do caos que nos encontramos atualmente.

Wilson do Amaral

Bê Hauff Witerman
Enviado por Bê Hauff Witerman em 16/05/2008
Reeditado em 16/05/2008
Código do texto: T991757