RETIREM A PEDRA
Dia 23/11 tive o privilégio de participar de um breve encontro animado pelo Frei Carlos Mesters aqui em Aracaju. Já fazia alguns anos que não via essa gente falando das coisas de Deus com a simplicidade que sempre deveriam ser ditas. Mas, graças a Deus, essa gente resiste, e mesmo que para um pequeno grupinho, continuam propondo, não impondo, esse jeito de fazer e viver em comunidade.
Percebi o quanto estou desanimada e descrente daquele sonho comunitário que vivi um dia, mas como os caminheiros de Emaús, enquanto frei Carlos falava me aquecia o coração e senti saudade, muita saudade do tempo em que acreditava na instituição católica como instrumento de transformação e sinal do reino de Deus e presença de Cristo no meio dos pobres. Senti saudade daquela ingenuidade, daquele entusiasmo, daquela emoção, daquele “prazer, que alegria do nosso encontro de irmãos, é como banho perfumado gostosa é nossa união...” Aí frei Carlos contou uma daquelas histórias que acontecem nos ciclos bíblicos do cebi. Dizia ele que um leigo havia perguntado por que Jesus ressuscitou lazaro, mas não retirou a pedra, se quem faz o mais faz menos. Logo alguém respondeu, porque somos nós que devemos retirar a pedra para que Deus ressuscite a comunidade.
Diante dessa historia fiquei pensando, quais são as pedras que precisaríamos retirar para que o Espírito Santo de Deus possa soprar vida nova nas nossas comunidades? Penso que antes de qualquer outra, devemos retirar a pedra da falta de gratuidade e da vaidade, estas precisam ser imediatamente retiradas, só assim poderemos somar forças para erguer essa grande pedra que é o modelo de igreja vigente. Isso no tocante a religião, pois enquanto cidadãos e cidadãs, muitas outras precisam ser retiradas para que verdadeiramente possamos viver aquela inclusão proposta por Jesus. “vem para o meio”.