O DEUS DA VIDA

INSENSATO! O QUE SEMEIA NÃO NASCE, SE PRIMEIRO NÃO MORRER

(1 Co. 15:36)

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O DEUS DA VIDA

O apóstolo Paulo, procura aqui, explicar algo do que significa a ressurreição. Nesse sentido, ele dá a entender que a ressurreição do corpo será algo inteiramente diferente do antigo corpo físico, porquanto "...CARNE E SANGUE NÃO PODE HERDAR O REINO DE DEUS"

(1 Co. 15:50).

Assim, a diferença entre o corpo antigo e o novo é que este envolverá grande elevação do ser, tal como existe elevação entre a mera semente e a árvore por ela produzida. Mas, como ressuscitam os mortos? A resposta é: Pelo poder divino, que é aquele mesmo poder que opera na natureza. Assim sendo, até onde concerne a DEUS, nada haverá de difícil, porque tudo será efetuado conforme DEUS ordena naturalmente as coisas. A própria natureza ensina-nos uma lição que é diretamente aplicável às perguntas formuladas. Por conseguinte, é um "INSENSATO" o indivíduo que não pode penetrar nesse mistério o suficiente para ser capaz de aceitar tal coisa logicamente, ou mesmo com um discernimento espiritual. Mas no texto que nos permite esta reflexão, Paulo utiliza aqui uma forte expressão, a fim de dar a impressão de desprezar a ignorância de seus leitores originais, os quais se opunham ao que ele entendia como a verdade dessa questão. Paulo não hesita em usar uma linguagem forte, e em certos pontos até mesmo abusivos, conforme se verifica em outras passagens.

Existe um princípio na natureza, estabelecido pelo poder de DEUS, mediante o qual uma semente que é posta na terra, aparentemente morre, para logo em seguida surgir como uma planta, o que dificilmente alguém poderia deduzir como algo potencialmente existente na dita semente. Não é provável que Paulo fosse tão ignorante em botânica a ponto de pensar que a força vital da semente realmente morre. Antes, ele usou uma figura simbólica comum, em linguagem popular. Em outras palavras, ocorre a dissolução da forma material da semente; e dela surge a fagulha vital que tem por fruição a planta ou árvore, conforme a sua espécie. E assim um novo organismo é produzido, após a morte aparente da semente. Por conseguinte, a dissolução e continuidade não são termos contraditórios, e as duas realidades assim expressa não são incompatíveis entre si. Mas como tudo isso pode acontecer, continua sendo um grande mistério, embora se trate apenas de coisa tão corriqueira como o desenvolvimento de uma planta, que germina de uma mera semente. Nem mesmo um fato tão simples somos capazes de compreender, ainda que possamos oferecer alguma descrição a respeito. Ora, se o nosso conhecimento, até mesmo quanto àquilo que é investigado cientificamente, é tão limitado, como poderíamos esperar compreender a ressurreição dentre os mortos, do que a germinação de uma semente é apenas a ilustração simbólica? Não obstante, podemos entender o fato do que ocorre, e esse é todo o acontecimento de que precisamos saber. Por outro lado, o apóstolo Paulo tenta oferecer-nos aqui algumas descrições sobre como a ressurreição poder vir a ser um fato.

Ele extrai da natureza certa ilustração. Não a apresenta como se fora perfeita descrição. Mas tão-somente mostra que o DEUS que opera por meio da natureza, e traz a vida do que é morte aparente, no terreno espiritual faz outro tanto. DEUS é DEUS da vida, na natureza ou no mundo espiritual. Essa é a principal lição aqui ensinada. Não precisamos entender o "modus operandi" de tudo isso. O fato é claro, e é isso que deveríamos compreender nessa altura. Ao longo do caminho, poderemos apreender como DEUS fará essas coisas.

Ouso dizer que Paulo compreendia pouquíssimo a respeito da botânica a qual se utilizou como ilustração. E mesmo agora, com nossa ciência avançada, sabemos bem pouco desses mistérios da natureza. Por essa razão é que um poeta disse que o feijão, em sua horta, confunde a sabedoria de todos os séculos. Se o mero feijão pode deixar-nos tão confusos, quanto mais as operações de DEUS na vida espiritual! Podemos admirar-nos de um feijão que vive e cresce de uma semente que aparentemente experimentou a morte. Muito maior é a maravilha da salvação humana, através da ressurreição. Portanto, a palavra "INSENSATO", repreende os objetores do apóstolo Paulo porque ignoravam a mais óbvia das analogias, como o caso da semente plantada na terra. Nenhuma semente reverdece na forma de uma nova planta a menos que primeiramente morra, naturalmente, não no sentido que seu gérmen vital fenece, mas, sim, que a matéria da semente plantada passa por uma decomposição, passa por uma transformação química, e assim se transforma em alimento que é absorvido, assimilando pela nova planta. O caso é familiar para as mentes observadoras, desde que o mundo começou. A própria terra produz nova vida, esforçando-se nesse sentido. A semente enterrada na terra volta à vida.

"E, QUANDO SEMEIAS, NÃO SEMEIAS O CORPO QUE HÁ DE SER, MAS O SIMPLES GRÃO, COMO DE TRIGO OU DE QUALQUER OUTRA SEMENTE. MAS DEUS LHE DÁ CORPO COMO LHE APROUVE DAR E CADA UMA DAS SEMENTES, O SEU CORPO APROPRIADO".

(1 Co. 15: 37-38).

FONTES:

Bíblia Sagrada

Livro ´N.T. Interpretado.

Wilson de Oliveira Carvalho

"Em toda a questão, nada existe de mais deletério do que as

más associações".

(Autor desconhecido)

Wil
Enviado por Wil em 10/04/2008
Código do texto: T940056