A paixão de Jesus

 

            Estamos iniciando a Semana Santa, onde revivemos o grande mistério do amor de Deus para com a humanidade. Onde Jesus realiza sua maior prova de Amor e de obediência ao Pai e por fim, também vemos o homem em atos extremos. No Domingo de Ramos recebe Jesus com honras na cidade de Jerusalém, e este mesmo povo pede sua morte na Sexta Feira da Paixão. 

            Esta atitude do povo em relação a Jesus, não difere de mim, de voce. Infelizmente, temos atitudes semelhantes ao aceitar e receber Jesus em nossa vida. Quando estamos necessitados de algo o recorremos, fazemos mil promessas e tudo mais que for preciso para receber tal graça, porém, ao sermos atendidos ignoramos e afastamos dele. Também temos a mesma atitude quando dizemos que o amamos, no entanto, defendemos a morte como o aborto, as drogas, a eutanásia ou mesmo mantemos passivos quanto às estas questões. Ainda podemos dizer que agimos como aqueles cristãos quando nos fechamos apenas ao nosso mundo interior, não trabalhando em nosso orgulho, egoísmos e mantemos indiferentes ao sofrimento do próximo.

            Celebrar a Semana Santa, não é apenas reviver os acontecimentos históricos, mas sim, entrar neles e reavaliar nossa caminhada de Fé. É inserir-se dentro do grande mistério da paixão e ressurreição de Cristo. É de fato deixar-se ser envolvido pelo Espírito Santo e viver cada momento da caminhada de Jesus e se emocionar, mas, sobretudo ser agentes transformadores a partir de nossa experiência com estes santos mistérios.  

            É doloroso e emocionante quando lemos a paixão de Jesus – seu julgamento – onde se encontra sozinho, diante uma multidão que lhe pede a morte. Diante um governador que procura absolve-lo, porém por medo e também atendendo o apelo do povo o condena a morte, e morte de cruz, como diz São Paulo na carta aos filipenses.

            A morte de cruz naquele tempo, era a morte mais vergonhosa que havia. Somente de ser sentenciado a cruz já era sinal de maldição, e foi esta humilhação que o filho de Deus foi submetido, mas uma pior humilhação foi a zombaria feita pelo povo, que o insultava, cuspia... Enfim, atitude que jamais poderia ser feita para um homem que só pregou o amor, curou a muitos, fez inúmeros milagres, deixou belos ensinamentos.  O povo desceu ao ultimo degrau de dignidade humana e espiritual. Mostrou-se totalmente selvagem, revelando sua maldade ao extremo.  

            Mas como disse; todos estes acontecimentos que ocorreram, ainda continuam acontecendo hoje. Vivemos constantemente crucificando Jesus, zombando dele quando dizemos que somos cristãos, mas vivemos na prática uma vida de egoísmo, de absoluto materialismo. Vivemos uma vida limitada às questões humanas, buscando somente o que nós convém. Quando queremos viver nossa espiritualidade somente dentro do templo. Quando nos dividimos estritamente em humano e espiritual, não nos reconhecendo que somos um todo, isto é, Seres humanos, mas também espiritual, e que toda nossa atitude tem conseqüências espirituais.    

            Jesus ressuscitou e todos ressuscitaremos com ele, porém, a ressurreição é uma conseqüência. Somente quem morre com Cristo, ressuscitará com ele.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 16/03/2008
Reeditado em 16/03/2008
Código do texto: T903693